A certeza de ter a dança no
sangue foi o que impulsionou Jocelita
Corrêa Santos a sair, ainda na adolescência, de Alagoinhas rumo a capital, para lutar pela
realização de seus sonhos, tornando-se, mais tarde, a experiente bailarina
profissional e professora de dança Jô Corrêa, fundadora da Escola de Dança La
Dance.
Filha de cabeleireiro e dona de
casa, Jô, que possui dois irmãos, continuou seus estudos em Salvador e ao mesmo
tempo passou a frequentar academias de dança como a Royal Dancing e EBATECA.
Passou no vestibular para dança na Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1975
e, em 1979, tornou-se profissional desta arte.
Talvez a maior barreira na qual a
pessoa que opta pela dança como meio de vida pode esbarrar em seu percurso
sejam os problemas financeiros, o que, segundo ela, dificultam bastante a
participação de bailarino em um trabalho somente como bailarino.
"Geralmente ele tem que ser, ao mesmo tempo, coreógrafo, cenógrafo,
figurinista e por aí vai", conta.
Em sua carreira, iniciada ainda
na faculdade, Jô Corrêa obteve um rol de realizações. A primeira delas— que é claro, nunca vai esquecer
- é um trabalho de Dança Moderna, feito em 1976, a convite da Prefeitura de
Camaçari, mas que foi levado para várias escolas de Salvador.
Ap0s este grande sucesso inicial,
Jô apostou na Dança Moderna, apresentando, em 1977, ”Mulheres do Cais", no
Teatro Camaçari. No ano seguinte, participa do trabalho "Amaz", do Grupo
Cruzada - que ganhou "menção honrosa” no 1º Concurso de Dança Moderna —,
no Instituto Cultural Brasil-Alemanha-Salvador.
Entre os anos de 1978 e 1979, 10
participa do trabalho de divulgação da EMAC (Escola de Música e Artes Cênicas)
em vários estabelecimentos da própria Universidade.
Em 1980, uma multiprofissional Jô
Correa testa suas habilidades no grupo de dança e teatro soteropolitano “Em Cena",
quando participa como dançarina, figurinista e cenógrafa do espetáculo
"Pituchinha”, que realiza apresentações por todo o estado da Bahia.
Com o mesmo grupo, segue entre os
anos de 1981 a 1983, participando, respectivamente, dos espetáculos "Os Gatinhos
Pintores", "Chapeuzinho Amarelo" e ”Família Barbapapa" —
este último, um trabalho de grande sucesso, que foi contratado pela Fundação
Cultural para se apresentar em várias escolas do estado da Bahia.
Já em 1985, volta a cidade natal
para apresentar-se como bailarina solista, na abertura da 1*Feira de Arte e
Artesanato de Alagoinhas, promovida pela Faculdade de Formação de Professores.
Logo depois, executa outro solo de dança para o lançamento de um livro do poeta
José Olívio.
Após esses primeiros trabalhos em
sua própria terra, em que seus conterrâneos receberam-na de braços abertos, Jô decide
voltar de vez para Alagoinhas, já que a comunidade fez questão da continuação
destas ações. ”Fiquei muito feliz, nada planejado. Mas, que bom poder colaborar
com a cultura da terra onde nasci!", celebra.
Ainda em 1987, aceita o convite —
feito por pessoas que conheceram seu trabalho em Salvador, ao montar espetáculo "Amaz", com o ”Grupo Cruzada"
- para ministrar aulas em Alagoinhas. E, depois de um ano, organiza o seu
primeiro "Festival de Dança", no Auditório do Colégio Santíssimo
Sacramento. Desde então, a adesão as aulas de dança só cresceram, e Jô passou a
morar entre Alagoinhas e Salvador.
Essa experiência resultou na
Academia La Dance, que, desde sua fundação em 1988, funciona no mesmo local, à Rua
7 de Setembro, numero 71, no Centro de Alagoinhas.
Além das atividades que realiza
na Academia, Jô Corrêa também é diretora do Centro de Cultura de Alagoinhas, onde,
desde 2007, realiza um trabalho reconhecido pela comunidade alagoinhense e
pelos artistas da região.
Fonte: ACIA Divulga - setembro de 2010
Texto: Lana Matos e Midian Bispo
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