quinta-feira, 22 de março de 2012

Maestro Alcides Lisboa - Membro da Academia de Cultura da Bahia



Alcides Lisboa - Regente e Pianista. Iniciou seus estudos clássicos com a profª. Lourdes Szabó, mais tarde graduou-se em piano pela Universidade Católica de Salvador. Neste período estudou também composição na UFBA, com Lindembergue Cardoso e Agnaldo Ribeiro. Em 85 e 86 ganhou bolsa de estudos, pela Fundação José Carvalho, para Kennesaw State University, Georgia – EUA. Lá estudou piano com David Watkins, composição com Steven Everett e JAZZ com Jerry King. Nos Estados Unidos tocou Villa-Lobos em Washington (Conservatório Levine) e Atlanta (Skyland Hall) concluindo o extenso roteiro artístico do programa.

Em 1993 foi aprovado para bolsa de estudos no Conservatório da Universidade Johannes Gutemberg em Mainz na Alemanha, onde cursou regência com o maestro Joshard Daus, piano com a pianista Poldi Mildner e Metodologia de Meninos Cantores com o prof. Mathias Breitschaft permanecendo até o ano de 1994, quando também se apresentou em Colônia, Mainz, Munique, Bremen e Stuttgart. Alcides Lisboa se apresentou na Argentina como regente no Festival Cantapueblo 2008, foi organista da capela de Vengen na Suíça, na Missa solene de Natal de 1993, e ministrou Master Class “O Piano Popular do Brasil”, na Universidade Lund na Suécia em março de 1999. No FESTIVAL BACH de 1999, em Stuttgart – Alemanha, foi um dos regentes selecionados, dentre candidatos de diversos países, para a regência de quatro cantatas de Johann Sebastian Bach, sob a orientação de Helmuth Rilling - famoso especialista na obra do Mestre de Leipzig.

Em dezembro de 1999 foi condecorado pela marinha do Brasil pelos serviços culturais e artísticos prestados à sociedade baiana e à marinha brasileira. Atualmente Alcides Lisboa exerce intensa atividade como maestro, pianista e arranjador.


O silêncio é a ausência de discurso sonoro ou é aquilo que não foi dito?

Poucas pessoas já tiveram a oportunidade de “ouvir” o silêncio absoluto. O silêncio que comumente conseguimos à noite ou em salas fechadas é, na realidade, repleto de ruídos e sonoridades sub-harmônicas.

Já tive a oportunidade de sentir a pungência do silêncio absoluto no fundo de uma mina de cobre, a 550m abaixo do nível do mar. Chega a ser assustador! Os ouvidos zumbem à procura de um referencial qualquer, sem encontrar nada que o ampare. A sensação de vazio é total. Deve ser assim também no espaço exterior.
Agora, voltando ao nosso velho, incompleto e comum silêncio cotidiano, vamos falar do seu papel no contexto musical.

É incrível a importância que ele exerce na música, do lado de lá e de cá da platéia. O que, a priori, parece ser a negação da música é na verdade um de seus grandes recursos.
Aquele instante em que o maestro ergue a mão, pedindo atenção e preparando a sonoridade inicial, deixa qualquer um de respiração presa! Naquele momento o silêncio pesa tanto quanto um fortíssimo orquestral.

Da mesma forma, no término da obra quando o maestro, em um gesto espiralado, corta a sonoridade e mantém a mão no ar alguns instantes. É um momento de pura musicalidade, onde o silencio emoldura e valoriza a música!

Compositores de todos os estilos e gêneros usaram, muitas vezes de forma genial, o silêncio. Uma pausa geral, por exemplo, no meio de uma obra para grande coro e orquestra tem um efeito de expectativa e interrogação estarrecedor.

Beethoven, Mozart, Debussy e Villa-Lobos, dentre muitos grandes compositores, fizeram o uso inteligente da pausa. Também na música de Jazz se faz um uso brilhante do silêncio (Miles Davis esperava até o último instante para intervir, da maneira genial que a história registrou, deixando a audiência de fôlego suspenso).

O silêncio também pode ter musicalmente um caráter meditativo e reflexivo. No final de um movimento o compositor, através do maestro, nos oferece instantes de silêncio para assimilação e reflexão do abstrato e subjetivo discurso musical.

É como se a obra musical dissesse naquele instante de silêncio: “Eis os afetos e emoções que eu precisava dizer neste capítulo, reflita um pouco para podermos prosseguir!”
Talvez, quem sabe, alguém divida comigo o conceito de que o silêncio não é o nada se manifestando, mas sim aquilo que não foi dito pelo cosmos!

Muita música para todos!
Alcides Lisboa

Alinne Rosa, do Cheiro de Amor, trocou o axé pela música clássica na noite dequarta-feira (19/10/11). A cantora se apresentou ao lado do Maestro Alcides Lisboa e da Orquestra Sinfônica da Bahia durante um concerto no Teatro Castro Alves, em Salvador. Participaram também da noite especial o guitarrista Armandinho e o coral do colégio Anchieta.



Reflexão
... “De uma classe especial de música dá gosto ver a eficácia social que desenvolve: a coral. Esses rapazes e moças que depois do horário no banco, na escola, na oficina, se reúnem para honrar o nobre emprego da voz acima das funções primárias de comunicação, me deixam confiante no ser humano. Dão ao tempo disponível um uso que exclui o mero lazer individual. Abrem mão da vaidade do sucesso pessoal em proveito de um resultado coletivo que despersonaliza o esforço de cada um. O próprio vestuário com que se apresentam em público tem o sentido de anulação de particularidade. Na orquestra sinfônica, o traje comum dos executantes tem a diferenciá-los a variedade dos instrumentos que manejam. Mesmo nos naipes dos violinos, por exemplo, a diferenciação não desaparece de todo, em seus setores. No coral, todos os componentes são um só, e se a determinado elemento se confia à tarefa de solar, essa é uma aparição limitada, que se destaca e logo se absorve na massa indistinta. O coral é modesto por excelência”...
Carlos Drummond de Andrade
Da crônica “DE MÚSICA E DE PRÊMIOS”


www.balcaodomusico.com.br/profile/AlcidesLisboa


A Academia de Cultura da Bahia realizou nesta sexta-feira, dia 17 de dezembro de 2010, a solenidade de posse do Maestro Alcides Lisboa. A cerimônia foi realizada na Capela do Colégio Dois de Julho - Garcia.
Maestro_Alcides_Divulgao


O Maestro Alcides Lisboa é paulista, radicado na Bahia desde 1975 e formado pela Universidade Católica do Salvador, especializou-se na Geórgia University e Johannes Gutenberg Universutät. Já regeu concertos no Brasil, Argentina, Estados Unidos, Suécia, Alemanha e Suíça. Atualmente Alcides Lisboa exerce intensa atividade como maestro, pianista e arranjador dos Corais dos Colégios Anchieta e São Paulo.






Um comentário:

  1. Alcides é um excelente maestro e um ótimo pianista, fui um dos alunos dele e adorei aprender com ele aproveitei cada minuto com a turma de pequenos cantores foi uma ótima experiência muito top.
    O trabalho dele é muito bom, maravilhoso!!!
    Os estudos dele valeu apena!! Rsrsrsrs.

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