A Associação Cultural Euterpe Alagoinhense foi fundada em 08 de Dezembro de 1893 pelos músicos Benevides de Marcedo Silva, Francisco Mares de Souza e Eustáquio Veloso.Tinham estes pioneiros a idéia de levar os seus conhecimentos musicais a outras pessoas, principalmente os carentes, que não tinha alternativas culturais. A idéia teve grande aceitação da comunidade, inclusive, com a fundação de outra filarmônica no dia 17 de dezembro no mesmo ano, nove dias após a Euterpe, a Sociedade Filarmônica União Ceciliana.As duas se apresentavam em praças públicas sempre ao entardecer, quando famílias inteiras viviam às expectativas dos dias de “Tocatas” e se posicionavam para ouvir e aplaudir com entusiasmo as apresentações em clubes sociais da cidade, casamentos, aniversários, procissões, desfiles cívicos, visitas de autoridades, campanhas políticas, cortejos fúnebres e os famosos bailes de Carnaval. Após um ano de fundada, teve o seu primeiro Estatuto criado pelos seus fundadores, Benevides de Marcedo, Eustáquio Veloso, em 1899. Em 20 de março de 1938 a sua primeira reforma do estatuto feita por Israel Pontes Nonato, Salomão Antonio Barros e Joaquim Alves do Nascimento. Em 04 de novembro de 1961, outra reforma, por Antonio Ornellas, Renato Vergasta de Jesus e Claudelino Nemésio Cajazeira. Em 1973, após 80 anos de fundada, seus diretores resolveram mudar a sua razão social que era Sociedade Filarmônica Euterpe Alagoinhense, para a Associação Cultural Euterpe Alagoinhense, para que a entidade pudesse receber ajuda das entidades governamentais. A Euterpe Alagoinhense levou muito tempo disputando a preferência na cidade com a União Ceciliana, brigas que dividiam famílias inteiras, separou casais e gerou troca de tapas entre famílias tradicionais da cidade. Hoje, graças a Deus, a paz reina entre as duas, talvez pelo descaso em que as filarmônicas foram tratadas ao longo de anos pelos seus dirigentes que, atendendo a interesses pessoais, principalmente políticos, sucatearam-nas, destruindo o acervo (documentos e instrumentos) com falsas promessas de recuperação. Este sofrimento abrandou as disputas, levando os maestros a manterem-se lutando no anonimato, praticamente sozinhos, pela sobrevivência das entidades. Por muitos anos a entidade teve na pessoa dos seus maestros a figura também do dirigente, sendo os principais e mais destacados: Por estar instalada em uma cidade tipicamente ferroviária, com entroncamentos para outros estados e de importância econômica para a Bahia (na época), participou de várias “tocatas” históricas quando da visita de personalidades ilustres, tais como:
1894 – Nas festividades da Fundação do Centro Republicano, quando da Proclamação da Republica;
1897 – Visita do Ministro da Guerra. Marechal Bittencourt, durante a Guerra de Canudos;
1909 – Visita de Ruy Barbosa, na jornada eleitoral com Hermes da Fonseca;
- Visita do Governador J.J Seabra na sua campanha cívica;
- Visita do Conselheiro Luiz Viana na cidade de Serrinha/BA;
1936 – Apresentou na Praça Graciliano de Freitas em Alagoinhas, pela 1a vez, o Hino da cidade, letra do jornalista João Pinho e música do maestro Luís Paulo de Santa Isabel;
1969 – Visita do Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco em 23 de novembro de 1969.
Em 2008 a Euterpe venceu o edital Pontos de Cultura da Bahia, com o projeto Tocando em Frente. Como ponto de cultura está atuando na formação de novos musicistas e na presevação da cultura de música filarmônica.
FILARMÔNICA EUTERPE ALAGOINHENSE – 118 ANOS DE HISTÓRIA E MÚSICA
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